quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Ação - Pensamento - Unidade

As ações do homem são movidas pelos seus pensamentos. A corrupção da natureza humana não é, de forma alguma, completamente exposta na maldade dos atos. Em realidade, jamais poderemos sequer ter noção exata da dimensão a que chegou a perversão do ser.

No entanto, a essência humana permanece a mesma: inalterada ante a miríade de anos de evolução das almas humanas. E é nesse caos evolutivo, que entidades evoluídas de todas as linhas de atuação (cristianismo, judaísmo, hinduísmo, budismo, religiões afro e afro-brasileiras, cultos indígenas e aborígenes, etc.) vem nos relembrar através de seu exemplo em memória e através de sua ação constante no nosso plano de existência que a base da evolução humana é a cooperação.

Cooperar é agir em conjunto. Mas, se nos lembrarmos de que não existe ação sem pensamento, sem ideia, cooperar é acima de tudo PENSAR em conjunto. São as nossas intenções, as nossas vontades que devem ser mudadas primeiramente. Devemos deixar para trás o ego e o egoísmo e manifestar a vontade perene de auxiliar e crescer. Apenas quando formos capazes de unir nossas intenções (e este é o conceito de egrégora) é que seremos capazes de realmente (e eternamente) modificar a existência humana e nossa coexistência.

"Põe, sem demora, tuas boas intenções em prática, nunca deixando nenhuma delas permanecer apenas na intenção."
Helena Petrovna Blavatsky - Ocultismo Prático, pag. 75

Não existe então, crescimento sem cooperação. A evolução de um indivíduo está diretamente ligada à evolução de toda a humanidade. É uma relação de "se, e somente se". Há reciprocidade!

"O homem evolui se, e somente se, a humanidade evoluir com ele."
"A humanidade evolui se, e somente se, o homem evoluir com ela."

Esta reciprocidade é expressa fielmente na figura do instrutor. A beleza de professar a sabedoria e inspirar no irmão o desejo de co-agir (agir em conjunto) com a natureza divina presente em si e no outro está presente EXATAMENTE no fato de que a instrução é a representação máxima da cooperação.

Não há instrutor sem aluno. Mesmo que estejamos instruindo a nós mesmos, em algum momento aprendemos o que sabemos com o auxílio do próximo. No entanto, se escolhemos instruir apenas a nós mesmos e resguardamos para nós (ou para um grupo restrito) como privilégio único e inacessível o direito de APRENDER, cessamos o ciclo sagrado da instrução e levamos a humanidade a evoluir com passos muito lentos. Amarramos os nossos próprios pés e, até nesse momento, aquelas santas hierarquias vem em nosso auxílio e nos fazem enxergar os nós que infelizmente atamos com nossos próprios pensamentos.

Se voltarmos a pensar em nossos pensamentos como as mãos com as quais sentimos e modelamos o mundo ao nosso redor e despertarmos para a realidade de que não existe eu individual (somos fruto de nossa interação social) seremos compreender o poder que as ideias e as ações possuem.

É através então da manifestação suprema da partícula divina existente no homem, sua Verdadeira Vontade, que somos capazes de produzir a expressão real de nosso ser no mundo. No entanto, onde poderemos causar influência senão nos pensamentos alheios?

É necessário então que sejamos capazes de educar nossa própria percepção a fim de que sejamos capazes de observar profundamente os efeitos de nossas próprias ações e pensamentos:

Aprendei primeiro nossas leis e educai vossas percepções, caro Irmão. Controlai vossos poderes involuntários, desenvolvei vossa vontade na direção correta, e vos tornareis instrutor em vez de estudante.
Mestre Kuthumi

Para isto a Divina Providência, em sua eterna graça, nos inspira constantemente sua voz através do seu Santo Espírito diretamente em nosso coração. Então é assim que devemos compreender:

[...]Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações[...]
Hebreus 3:7-8

O sentido desta profunda exortação do apóstolo Paulo está descrita neste texto em sua inteireza. É através da porta da alma, da mansão dos sentimentos, que somos capazes de ouvir a voz do Eterno. Somente quando somos guiados pelo coração (atravessando a via que se interpõe ao nosso caminho, tendo-o como porta) e pela vontade perene de fazer de nossas ações escada para a evolução somos capazes realmente de agir “ad majorem Dei gloriam”.

Mas que não vejamos Deus como um ser exterior ao nosso próprio coração. Mas sim como a unidade que desejamos obter como humanidade evoluída, transmutando o sofrimento declarado pelo Buda na felicidade eterna declarada pelo Cristo. Interpretemos esta frase então com um outro significado:

“para a maior glória de todos nós, na unicidade do Eterno”.
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